Esta exposição 50DE25 que é partilhada no livro com o mesmo tÃtulo é o testemunho visual do fotojornalista Luiz Carvalho, enquanto jovem de 19 anos, que foi acordado com o
comunicado do MFA, no seu pequeno transistor na mesa de cabeceira.
Saltou para a rua com a sua NIKON F e poucos rolos de TRI-X, levou a sua BEAULIEU de filmar e ficou pasmado com uma realidade que mais parecia um delÃrio.
Inquieto e com uma objetiva normal que o obrigava a um exercÃcio visual severo, pois o ângulo não era muito aberto, lá foi encaixando a emoção da alegria da malta que vibrava como se a
liberdade tivesse saltado da tampa de uma panela de pressão.
Recuperou negativos adormecidos, editou de novo todo o material então captado ( muitas fotografias acabaram por não sobreviver à edição final) e tentou uma narrativa que pudesse contar em imagens o que foi o perÃodo escaldante da aventura polÃtica desse tempo.
Limitado por não ser ainda o fotojornalista profissional que ambicionava, tentou estar nos momentos mais agudos da revolução. Foi uma experiência única como cidadão e como fotógrafo em princÃpio de carreira.
Fotografava para si como se estivesse num jornal. As fotografias ficaram 50 anos na gaveta, algumas saÃram ocasionalmente ao longo dos anos, já como profissional.
O dia 25,o primeiro Primeiro, o 11 de Março, o 25 de Novembro, o cerco à Assembleia Constituinte, a reforma agrária, os soldados de punho no ar, a manifestação da Fonte Luminosa, o povo alegre entre a ingenuidade, a força dos partidos da esquerda e o fim da festa, um pouco de tudo isso passa por estas fotografias.
Desejo que esta história possa contribuir para um melhor conhecimento do que fomos e que ainda hoje influencia a cultura cÃvica portuguesa.
Luiz Carvalho
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