A exposição “Oh Baby It’s Raining” está enraizada no Feminismo e na Teoria Queer, que baseada numa política de género anti-racista e anti-sexista, promove papéis femininos diversos e desafia a heteronormatividade e o patriarcado.
A artista portuguesa, viveu e estudou em Londres, onde deu início ao seu trabalho auto-reflexivo e confessional, que explorado através de variadas técnicas como a pintura, escultura, escrita e instalação, traduz a sua emancipação e compreensão de si mesma, no contexto da sociedade contemporânea.
Para Maria Mergulhão a arte é um diário. Mente, sexualidade, política, sociedade e indústria são as narrativas dominantes do seu trabalho, impulsionadas pela história pessoal da artista no que diz respeito ao seu corpo.
“Gosto que as pessoas se relacionem com as minhas experiências, através de histórias, do uso da cultura popular (letras de música) e da mobilização das emoções, e da ideia de tornar a intimidade pública. Uso o meu trabalho como uma rotina espiritual, onde confesso as minhas inquietações para as telas e para os poemas, como se me confessasse a um padre”.
“Volto sempre ao famoso ditado feminista: “o pessoal é político”.”
Como ativista através da arte, a artista considera a exposição “Oh Baby It’s Raining” uma abordagem a tabus e mitos urbanos sobre sexualidade, género e identidade, fazendo questionar os sistemas dominantes da crença.
Baseando-se nas diversas referências históricas de protesto, a artista expressa-se através da tinta spray, do grafitti e do texto com a intenção de, esteticamente, criar uma alusão ao manifesto.
As cores são vibrantes e urgentes e os pastéis brilhantes, associados a uma forma de arte geralmente relacionada com a masculinidade e o anonimato, numa palete de cores pop e “barbie”, de confissões íntimas.
