Nos meandros da História artística escrevem-se capítulos coetâneos de novas tecnologias e desideratos sociais outros que, per se, solicitam dirigida atenção.
Gilda Carmona Rodrigues, arquitecta de formação, assim o terá entendido, recorrendo a materiais relativamente recentes e manipulando-os com consabida sensibilidade e
proficiência.
Um olhar treinado neles reconhecerá, em atitude de apropriação e memória, algo de um passado pontuado pela presença da Bauhaus, do De Stijl e do Construtivismo em geral.
No entanto, a estrita autonomia artística (de cariz abstracto) representada pelos citados Movimentos, não é o que fundamenta a sua pesquisa, pois a autora que organiza os seus
materiais em estruturas transparentes e/ou opacas, designando-as por “Fragmentação” e “Estruturas” (2018), “O Quintal, o Jardim e a Horta” (2019) e “Territórios” (2020), remete-nos
para algo mais prosaico: o real quotidiano e a genérica organização do(s) espaço(s) da cidade ou do campo.
Em peças dignas de registo e cuidada apresentação, é manifesto o seu lado introspectivo e de poético silêncio.
Jaime Silva
Pintor
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